O papel de pais e professores na educação dos alunos

8MAR

O papel de pais e professores na educação dos alunos


A relação entre pais e professores inclui, boa dose de tensão. Pais esperam ações dos educadores e esses dizem não caber a eles tais tarefas. Professores, por sua vez, depositam nos pais expectativas que eles não têm condições - ou não sabem como - cumprir. Esse jogo de empurra acaba gerando uma série de equívocos e mitos sobre o relacionamento entre a família e a escola, prejudicando o estudante, que deveria ser a prioridade de todos.

No artigo “O que os professores realmente querem dizer aos pais” de Ron Clark, descreve sua visão dizendo que os pais vêm transferindo suas responsabilidades para a escola, sem, contudo, aceitar que seus filhos se submetam de fato às regras da instituição. E assim que surge a primeira nota vermelha ou uma advertência, invadem a sala de aula culpando os professores - a pretexto de preservar a reputação e o orgulho de seus filhos.

Para a educadora Tânia Zagury, e autora do livro Escola sem Conflito: Parceria com os Pais diz que “Os pais perderam a habilidade de impor limites a seus filhos. Agora, tentam impor limites à escola, interferindo na atividade dos professores”. E do outro lado da linha, os pais também reclamam de intromissões da escola, criando assim um cenário de guerra, travada entre pais e professores.

Preocupadas com as reclamações de parte a parte, educadores se debruçaram sobre a questão, e descobriram duas razões principais para os desentendimentos. A primeira é uma transformação sofrida pelas famílias, fruto das mudanças sociais dos últimos 50 anos. Um exemplo disso: nesse período, as mulheres, tradicionalmente encarregadas de acompanhar o crescimento das crianças em casa, ganharam definitivamente o mercado de trabalho, distanciando-se da antiga função. "A consequência disso é que as escolas passaram a ser responsáveis também pela educação moral das crianças. A família moderna demandou isso delas", diz Maria Alice Nogueira, educadora e especialista em sociologia da educação.

A segunda razão envolve um movimento em sentido oposto: a intromissão dos pais em assuntos sobre os quais as escolas antes mantinham monopólio. À medida que as famílias perceberam que a ascensão nos bancos escolares é sinônimo de ascensão social e econômica, passaram a cobrar mais de instituições e professores.

O caminho da convivência harmoniosa exige trabalho intenso de pais e professores, mas o esforço vale a pena. Pois a harmonia entre as partes é valiosa para a educação, e a interferências dos pais no processo educativo é saudável, mas ambas as partes precisam estar abertas ao diálogo, e os pais devem compreender a missão e as propostas da escola e conhecer formas de contribuir com ela.

Confira algumas dicas no quadro abaixo sobre o que os pais e escolas podem e devem fazer para evitar conflitos.